23 de dezembro de 2010

Toledo totaly lost in Toledo

Outro título que pensei para este post foi "Toledo totalmente tonto em Toledo". Que tal?

Eu acordei cedo (aham Claudia) e fui para a gloriosa cidade de Toledo. No ônibus tive a terrível sensação de ter perdido meu querido Ray Ban. Mas foi só por um instante até achá-lo escondido na jaqueta. (isto foi só uma prévia do que eu viria a passar) Chegando à estação de Toledo vi que não tinha informação para turista lá (era um sinal que eu devia ter notado). Fui andando na direção que eu imaginava ser a da rua movimentada, acertei. Entro em um hotel que parecia supimpa só para pegar um mapa da cidade na cara de pau. O mapa só me serviu para andar na direção do centro e como um triste último recurso mais a frente. (estou passando a impressão que algo horrível vai acontecer, né? Não se preocupe, saí vivo e sem muito prejuízo)

Ao chegar à muralha não sabia o que me esperava atrás dela. Uma cidade maravilhosa e cheia de belíssimos detalhes foi se revelando. Na própria muralha fui entrando e tendo uma ampla visão do que estava pela minha frente. Era cada ruela, cada praça, cada templo que eu ia descobrindo e ficando maravilhado. E as lojinhas de presente, então? Imagina o que é ver tudo feito com seu nome? Tinha vontade de levar a loja inteira! A cidade, através dos séculos de sua história, se tornou referencia em três coisas: a arte tri-cultural refletida na arquitetura e nas pinturas, a arte aurífera que cria as mais bela e sedutoras jóias em metal, e a fundição de espadas e facas. Muitas das peças de ouro são produzidas nas próprias lojas e numa delas o dono me mostrou como é o processo de criação, encrostando algumas linhas de ouro no aço enquanto falava. Peguei o contato dele para produzir minha espada de oficial no futuro!

O almoço foi um prato do dia, que vem naturalmente com vinho tinto, e durante a tarde comi um tipicamente ibero churros com chocolate. Detalhe: se pronuncia txuros, eu penei para descobrir isso.

O interessante em Toledo é mesmo de perder e descobrir algum canto escondido, como a cidade é muito turística eles têm a preocupação de manter o centro bem seguro, iluminado e limpo, porém não bem sinalizado. Eu havia achado interessante um chaveiro com nomes próprios e embaixo o nome da cidade, ou seja, algo totalmente personalizado para mim. Como sempre eu não compro de primeira, mas depois de não achar em nenhuma segunda loja queria voltar à que tinha vista para comprar, mas cadê que a loja aparecia? Comecei a acreditar seriamente que a cidade se move só para confundir os turistas! Deixei o chaveiro para lá, mas eis que encontro o local mais mágico de Toledo: la Iglesia de los Jesuítas. A arte sacra é fenomenal e ainda há a possibilidade do visitante subir às torres mais altas da cidade. Ao chegar em cima chorei sem saber o motivo, só admirando o que vista.

Continuando minha caminhada por Toledo, cheguei à Ponte São Tomé (ou seria São Matias?) e fui descobrindo caminhos pouco usuais que beiram o Rio Tejo.
Voltei à igreja para assistir à missa e de lá iria me encaminhar para a saída. Eis que verifico como estava a marcação de minha caminhada no Nike+ e percebo que este me abandonara! :'( Havia a indicação de que a marcação parou por volta do momento que entrei na igreja para a missa, portanto me proponho a missão de retornar o caminho que fiz procurando pelo bichinho. Não foi fácil, tive que lançar mão de toda minha capacidade investigativa até bater de cara com o pesado portão da igreja fechado. Deixei um recado, mas já perdera as esperanças pelo caminho.
Como um atendente havia me dito (e mostrado em um panfleto) que o ultimo ônibus para Madri era às 23:30, decidi que poderia ir à estação a pé. Mas eis que mas uma vez me perco e vou parar no lado diametralmente oposto à saída da cidade. Já cansado tomo um taxi. Lá chegando tenho a maior revelação da noite: no sábado, o último ônibus era às 22:30 e o relógio já marcava 22:35. Procurei saber sobre o trem, porém este também não era mais acessível.
Já me preparando para a noite deixei minha coisas no armário da estação e voltei ao centro. Descubro uma balada latina que não pagava a entrada. Bizu!, se não fosse o alto índice de gato véios. Lá perto ainda descubro uma balada em uma antiga casa, daquelas de filme do Zorro que têm um chafariz no meio. Muito mais bem freqüentada, só fiquei incomodado com a defumação pela qual passei.
Eis que o Sol volta a iluminar Toledo e eu inflo os pulmões de esperança e volto à igreja em busca do desaparecido Nike+. Ao final da missa matutina reviro toda a nave, mas nada acho. Já me despedindo da cidade, como uma batata recheada mil vezes melhor que a de shopping. Então numa esquina escondida reencontro a loja com meu chaveiro e compro-o.
De volta a Madri realizo meu check-out e tomo um merecido banho quente. Já sem quarto, uso o hall do hostel para acomodar as coisas que trouxera de Toledo e me preparar para a estrada. Próxima parada: Barcelona.

Um comentário:

Renan R. Diniz disse...

Eu preferia o título original, é mais aliterativo. =P