9 de setembro de 2007

Boa noite meus amigos/Boa noite vizinhança

Mais um feriado em casa, estupendo como de se esperar.


Assisti ao desfile cívico-militar em comemoração ao 185º aniversário da proclamação da Independência do Brasil. Não sei porque, mas só meu pai quis me acompanhar neste passeio tão divertido.

O mais interessante é observar aquele povo que seria impossível que fosse mais carioca. Começo o dia com trem lotado e com uma garrafal notícia de traficante "torrado no microondas" na capa do jornal (e olha que não me refiro ao "O Povo"). Chegando à Central, já começo a ouvir reclamações quanto ao calor, polícia, organização, água, cheiro, multidão, som, demora, etc. Frases marcantes são ouvidas a todo momento:
  • "Qué Bobisponja? Qué Bobisponja? Só sete real." Coincidente a uma incessante choro infantil e uma rejeição materna;
  • "Esse exército 'num' faz nada pelo povo, dava uma água 'pra' esse povo que vem aqui 'pristigiar'";

  • "Tira esse pé daqui, seu filha da pv+4. Eu estou aqui desdas quatro horas da manhã."

  • "Eh, véia barraqueira."
Se eu tivesse mais aptidão literária, juro que escreveria um livro sobre como enxergo meu povo. Vejo os paquitos preparando os intrumentos da banda e o Coral-jabá Gama Filho iniciando a cerimônia. Durante a leitura dos nomes das autoridades presentes, observa-se uma tendência da platéia: vaia a todos civis, deputados, secretários e até mesmo representantes; e aplauso aos militares, com exceção do comandante da PM, para o qual ouve uma divergência de manifestações, mas este quadro foi posteriormente convertido ao som de aplausos à passagem do BOPE.
Com muito saudosismo assisto ao Centenário Colégio Militar do Rio de Janeiro desfilar sob o comando de um coronel-aluno, após anos de dominação feminina, mas um Estado-maior 100% rosa. Não que tenha faltado marcialidade aos cadetes de Tomás Coelho, mas devo admitir que os cadetes que lhe seguiam tiraram muito mais elogio da platéia. Vislumbrei a passagem da AMAN, da Escola Naval, do IME e de outras organizações militares e mentalmente comparo ao nosso famigerado CPOR(ra). Nada mais a declarar.

Ao final da tarde, fui com minha família à praia. Como todo feriado com Sol no Rio, a praia se encontrada bem farofada, mas apreveitamos um momento com menos Sol e , conseqüentemente, menos gente para aproveitar tal encontro entre terra e mar. Felicidade não nos faltava, eu corria como uma criança para a água, minha mãe a me observar como se eu fosse uma criança, Rodrigo registrava o momento com minha câmera e meu pai aproveitava o momento com a família de forma mais quieta. À luz do pôr-do-sol foi impossível não levantar a música que dá nome a este post, só nos faltou a fogueira.

No sábado percebo como o filme "Tropa de Elite" está famoso não só no H8, toda a família da Leila tinha as falas decoradas e não acreditaram quando descobriram que eu não havia assistido. Aproveitei o momento para assistir a esta obra-prima brasileira. Começo agora minha seção "bunequinhu viu":

  • Tropa de Elite - "Pede pra sair!", "Tu não é caveira! Tu é muluque!" e outras já se tornaram marco do ano de 2007. Este polêmico filme apresenta de forma nua e crua ações policiais nas favelas cariocas e como a população muitas vezes não é só um mero observador. Admito que não esperava muita coisa, acreditava se tratar de uma gravação caseira e me surpreendi ao ver bons atores e edição profissional.
  • Forrest Gump, o contador de história - Mesmo já tendo assistido quando criança, quase não me lembrava deste filme. História muito bem conduzida e personagens carismáticos, ótimo filme, mas como acabara de assistir a "Sonho de Liberdade", mantive uma dúvida se o contador de história merecia levar o Oscar de 95.
  • O Diabo veste prada - Só coloquei este filme em minha lista de desejos porque ouvira falar muito dele, os comentários não se justificam apesar da presença da famosa Sei-lá-quem. Mais um filmezinho Patty, final previsível e nada que fosse realmente interessante.
  • O ano em que meus pais sairam de férias - Meus pais alugaram este DVD para o feriado. Belo retrato da época pela visão de uma criança. Creio que se fosse um curta seria mais proveitoso, sem cenas longas e desnecessárias. Meu irmão afirmou que tais cenas queria passar ao espectador como o personagem central sentia-se só e entediado, missão cumprida.
  • Licença para casar - Quando Leila me falou sobre esta comédia romântica, não fiquei muito animado, a situação melhorou quando vi que Robin Williams participava e, apartir de então, não tive o que reclamar desta película. Nada de espetacular para ficar marcado na história do cinema, mas, como Recém-Casados, proporcionou suas risadas, pricipalmente com os bebês-robôs. Também valeu os encontros na sala com My Balls e Mariana, além, é claro, da minha ótima acompanhante.
Antes e depois da missa, revivi com minha família nossas férias registradas em VHS. Divertimos-nos com descobertas do tipo: como eu era chato, me colocavam bóia para ficar com água até a canela, o cabelo da minha mãe assustava, meu pai filmou as cenas mais genéricas possíveis, Rodrigo era uma peste, o Sapo Mestre é de Janeiro de 94 e outras tantas.



Boa Noite Vizinhança
Chaves

Quantas vezes, como agora
A reunião se estendeu
Até que chegou a aurora
E nos surpreendeu
As estrelas testemunham
Nosso amor e semelhança
Boa noite meus amigos
Boa noite vizinhança
Prometemos despedirmo
Sem dizer adeus jamais
Pois haveremos de nos reunirmos
Muitas vezes mais

Nenhum comentário: